Após cerca de dez dias de debates, a equipe econômica apresentará neste domingo (7) aos líderes partidários as alternativas ao decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O encontro ocorrerá na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, com a presença prevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Na semana passada, Haddad afirmou que o pacote deve incluir um projeto de lei, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e, “provavelmente”, uma medida provisória. Segundo o ministro, a equipe econômica pretende concluir os detalhes das medidas na segunda-feira (9), para apresentá-las na terça-feira (10).
Neste sábado (7), o presidente da Câmara, Hugo Motta, defendeu um debate sobre benefícios fiscais.
“Isenções que chegam a um número não mais suportável pelas contas do nosso país. Isenções que não têm o mínimo de acompanhamento quanto ao retorno e à contrapartida que deve ser dada por quem as recebe à nossa sociedade e à nossa população”, declarou Motta em evento com empresários e políticos em Guarujá (SP).
O deputado também defendeu a realização de uma reforma administrativa, mas não entrou em detalhes sobre as propostas.
“Modernizar para que, ao menor custo, se consiga entregar serviços de mais qualidade à nossa população. Essa é, sem dúvida alguma, a principal missão da reforma administrativa que queremos para o Estado brasileiro”, acrescentou.
Em entrevista a jornalistas na saída do evento, Motta disse que não descarta a possibilidade de pautar a votação do projeto que derruba o decreto que aumentou o IOF. Segundo ele, a medida dependerá do resultado da reunião deste domingo.
“Vamos, amanhã, após a apresentação das medidas do governo, decidir sobre o PDL [projeto de decreto legislativo], que pode entrar na pauta na próxima terça-feira”, declarou Motta.
Revisão
Na semana passada, Haddad afirmou que parte do decreto que elevou as alíquotas do IOF pode ser revista. Isso porque, somente após o desenho final das medidas, o governo saberá quanto arrecadará, a fim de compensar o aumento do IOF anunciado há duas semanas, sem descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e o arcabouço fiscal.
“Preciso de pelo menos parte das medidas para rever o decreto. Tenho a Lei de Responsabilidade Fiscal, o arcabouço [fiscal], uma série de constrangimentos legais que me impõem uma obrigação que tenho de cumprir. No que diz respeito ao ano que vem, temos liberdade. No que diz respeito a este ano, preciso aguardar uma reunião com os líderes para uma definição definitiva”, justificou Haddad na última terça-feira (3).
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