Goiás reforça medidas de biossegurança; confirmado segundo caso da doença em ave do Zoológico de Brasília
O Japão suspendeu a importação de frango, ovos, derivados de carne de frango, aves vivas e ovos férteis dos municípios de Campinápolis, em Mato Grosso, e Santo Antônio da Barra, em Goiás, após a confirmação de casos de gripe aviária em aves de produção de subsistência nos municípios. O embargo foi informado no site do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAFF). A medida é válida desde 9 de junho para Campinápolis e desde 14 de junho para produtos provenientes de Santo Antônio da Barra, conforme as datas de notificações da doença nos municípios.
A suspensão ocorre após os registros de focos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAPP, gripe aviária) em galinhas de produção de subsistência (fundo de quintal) em ambos municípios, casos confirmados pelo Ministério da Agricultura. Além dos novos embargos, o governo japonês mantém a suspensão sobre produtos provenientes de Montenegro, no Rio Grande do Sul, onde o primeiro caso de gripe aviária foi confirmado no país.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) prevê que as notificações em aves silvestres e ou de subsistência não trazem restrições ao comércio internacional de produtos avícolas e não interferem no status sanitário do país. Entretanto, o protocolo utilizado pelo Japão prevê a suspensão das importações a partir de casos em produção de subsistência. No ano passado, em uma situação semelhante, o Japão embargou as importações de produtos avícolas do Espírito Santo, de Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul também por notificações em criação doméstica — ambas suspensões já foram retiradas.
Neste ano, o Japão concordou em regionalizar por município o protocolo de IAAP, conforme proposto pelo Ministério da Agricultura. Com isso, os embargos à carne de frango importada do Brasil serão restritos apenas aos municípios com casos confirmados de gripe aviária em produção de subsistência ou comercial.
Reforço de medidas de segurança
Goiás medidas de biossegurança depois que a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) confirmou, no dia 13, a doença em aves de subsistência no município de Santo Antônio da Barra, região sudoeste do estado. Mais de 100 galinhas morreram com sintomas como asas caídas, secreção nasal, dificuldade respiratória, apatia, diarreia e edema de face.
Segundo nota oficial, as medidas incluem a criação do Centro de Operações de Emergência Zoossanitária (Coezoo), atuação de equipes de campo em cerca de 180 propriedades, instalação de barreiras sanitárias e a restrição ao trânsito de aves, ovos e materiais avícolas.
Além disso, “foram estabelecidas duas zonas de atuação para vigilância ativa: uma perifocal, com raio de 3 quilômetros, e outra de vigilância, com raio de 7 quilômetros. Dentro desse perímetro, as equipes da Agrodefesa e de parceiros estão realizando inspeções sanitárias e orientação aos criadores, com o objetivo de detectar precocemente qualquer nova ocorrência e impedir a propagação do vírus”.
Zoológico de Brasília segue fechado
A Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF) divulgou, nessa segunda-feira, 16, um laudo técnico que confirma a presença de IAAP em uma ave do plantel do Jardim Zoológico de Brasília (DF), que segue interditado.
O emu, ave nativa da Austrália, apresentou sintomas e precisou passar por eutanásia na última semana. De acordo com nota do Governo do DF, o recinto onde se encontrava a ave infectada passou por higienização e desinfecção, e as medidas de biossegurança seguem sendo rigorosamente adotadas, com vigilância permanente em todos os recintos. A suspensão das visitas ao público permanece em vigor por tempo indeterminado.
Este é o segundo caso confirmado no Zoo de Brasília. Há duas semanas, um irerê, pato de vida livre, foi encontrado morto e os exames confirmaram a doença.
Segundo a secretaria, “o Serviço Veterinário Oficial do Distrito Federal (SVO-DF) está reforçando a fiscalização em áreas classificadas como de maior risco para a disseminação da influenza aviária. As inspeções estão sendo priorizadas em propriedades próximas a granjas comerciais, lagos, barragens e parques — ambientes considerados estratégicos para a entrada e a eventual propagação do vírus por meio de aves silvestres”.
Casos com investigação em andamento
O país tem oito suspeitas com investigação em andamento, conforme atualização feita na manhã desta terça-feira, 17, no painel de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves.
UF | Município | Data do atendimento | Espécie | Tipo de exploração | Situação |
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RR | Alto Alegre | 13/06/2025 | galinha | doméstica | Investigação em curso |
PA | Parauapebas | 06/06/2025 | galinha | doméstica | Investigação em curso |
CE | Cedro | 11/06/2025 | galinha | doméstica | Investigação em curso |
MG | Novo Cruzeiro | 31/05/2025 | galinha | doméstica | Investigação em curso |
MG | Sacramento | 11/06/2025 | galinha | doméstica | Investigação em curso |
MG | São Joaquim de Bicas | 11/06/2025 | galinha | doméstica | Investigação em curso |
RS | São Valentim | 14/06/2025 | pombo | silvestre | Investigação em curso |
MS | Terenos | 12/06/2025 | galinha | doméstica | Investigação em curso |
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) esclarece que essas investigações podem indicar gripe aviária (H5N1), Doença de Newcastle (DNC) ou outras enfermidades.
*Com informações da Redação Agro Estadão
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