Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, neste domingo (8), a redução da assistência financeira de países mais ricos para apoiar o desenvolvimento econômico, ambiental e social de países mais pobres. Segundo Lula, em 2024, a Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) caiu 7%, enquanto as despesas militares cresceram 9,4%.
“Isso mostra que não falta dinheiro. O que falta é disposição e compromisso político para financiar”, disse Lula durante sua participação no Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco.
A AOD é definida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como a ajuda oficial que visa promover o bem-estar econômico e social nos países em desenvolvimento, com o objetivo principal de aliviar a pobreza. A assistência inclui tanto o financiamento quanto a concessão de empréstimos, subvenções e outros recursos, diretamente pelos países ou por organismos multilaterais. Trata-se de uma ferramenta importante para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Lula está em visita oficial à França e, neste domingo, participou do fórum que tem como objetivo identificar e mobilizar soluções para apoiar a chamada economia azul – atividades econômicas marinhas e costeiras – e conservar os ecossistemas marinhos. Em seu discurso, o brasileiro lembrou que os oceanos ainda não recebem o “devido reconhecimento pelo que nos proporcionam”.
“O ODS 14, dedicado à conservação e ao uso sustentável dos recursos marinhos, é um dos objetivos com menor financiamento de toda a Agenda 2030. O déficit para sua implementação é estimado em US$ 150 bilhões por ano”, destacou.
Enquanto isso, segundo o presidente, além de cumprir a função de principal regulador climático, pelo mar trafegam mais de 80% do comércio internacional e 97% das redes mundiais de dados, com uma geração econômica anual de US$ 2,6 trilhões. “Se fosse um país, o oceano ocuparia a quinta posição entre as maiores economias do mundo”, afirmou.
Segundo ele, é preciso concluir o instrumento vinculante para acabar com a poluição por plásticos nos oceanos e avançar na ratificação do novo tratado para a biodiversidade nas águas internacionais. Lula lembrou também que a adoção, pela Organização Marítima Internacional, de metas vinculantes para zerar as emissões de carbono na navegação até 2050 promete multiplicar a demanda por energias renováveis e reduzir a dependência global de combustíveis fósseis.
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